31/08/2009

Num instante

Queremos tudo agora, rápido, num instante.
As propagandas nos prometem tudo agora, já.

Dentes mais brancos num instante
( e lá se vão o esmalte e o brilho natural)
Sinta prazer em 1 minuto
(e ganhe um mês de impotência)
Emagreça em 20 minutos
( e engorde tudo e mais um pouco rapidinho)
Tonifique-se em 25 minutos
( e fique flácido em uma semana)
Coma em 10 minutos
( e sinta fome depois de meia hora)
Leia um livro em 15 minutos
( e não entenda nada)
Vá a 200km por hora
( e perca a vida inteira )

Se o e-mail chega em questão de segundos,
Eu quero tudo agora, rápido, num instante!

Porém, o nosso corpo entende como uma agressão a ânsia de força-lo a ser capaz de fazer as coisas como uma máquina.

A respiração acelera, a mente fixa-se no amanhã e o prazer de viver agora é sabotado pela pressa dos próximos segundos.

O organismo é condicionado a acompanhar os passos apressados das nossas exigências e dança no ritmo alucinado de uma música eletrônica. Aí originam-se as doenças enraizadas no estresse, depressão e ansiedade.

Antes de buscar soluções mágicas para daqui a pouco, pergunte-se: E se eu escolher o caminho mais longo e demorado, será o resultado mais duradouro e sem efeitos colaterais?

E, quando cair em tentação de ir pelo mais curto e rápido, feche os olhos e sinta:

A sua respiração está apressada?
O seu ritmo cardíaco está acelerado?
As suas mãos tremem e estão frias?
A boca secou?
A mente agitou-se?

Responder sim para alguma dessas perguntas quer dizer que o seu corpo diz não para as suas ações. Procure “escuta-lo” mais vezes, a natureza é mais inteligente que os computadores. Dê mais moral para o seu corpo do que para os comerciais. Respeite-o e ame-o com mais intensidade que o relógio. E permita-se escolher a sua trilha sonora. A vida segue o ritmo da música que tocamos para ela.

Autora: Juliana Maringoni, Jornalista
Fonte: www.editorarosarose.com.br

Crônica autorizada para reprodução, desde que citada a fonte e o nome da autora.


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